Como me adaptar?
Comecei a separação devido a um desgaste do tempo e mais ainda quando o sentimento passou a não ser percebido pela duas partes.Foi combinado que por respeito a nossa amizade e a reação dos filhos, seria de corpos. Me mudei para o quarto de meu filho do meio e foi a parte complicada, era dias muito frio e eu que aprendi a dormir abraçada 19 anos, sentia o incômodo de meus pés não esquentarem e de ter que colocar um agasalho, a noite era muito longa e cruel...assistia a todas as séries de um determinado canal. No dia seguinte chegava ao trabalho cheia de olheira e sem aquele brilho no olhar que as mulheres felizes tem.O pior era passar perto do quarto dele e ver ele dormindo e roncando, pensava que amor era esse...nem está ligando para a nova vida, melhor, se adaptou muito bem.
Veio os fins de semanas, que vontade de chorar, nem um amigo, ficar sozinha vendo tv ou procurando um site para ter com quem conversar. Me sentia a vizinha do prédio em frente que nunca falava que estava bem, reclamava de tudo, da vida, todos corriam da famosa dona Carminha...será que serei ela amanhã?
Depois veio a crise compulsiva de choro e o medo da solidão, essa foi a pior parte, meus dias foram virando um desafio. Separada e morando na mesma casa não poderia namorar...o que diriam as pessoas?
As brigas só aumentaram porque os namoros vieram pela net e pelo telefone e isso causou um grande mal estar, eu odiava a ousadia de uma tal Grace, casada , que ligou para meu celular pedindo que chamasse meu ex, quando me neguei,pediu que eu desse o recado pois queria que ele ligasse de volta, que eram amigos.Perdi a cabeça e falei tudo o que pensava, que coisa feia minha. Mas ela já tinha o presenteado com um chaveiro da Clínica que trabalhava e trouxe uma camisa de presente quando viajou, deu a ele e não a seu marido, isso me fez ver que tinhamos era hora de separar.Faltava respeito de um pelo outro e as brigas eram constantes, meus filhos presenciavam e depois me dava uma dor enorme,isso não era deles e nem para eles.
Como está sendo difícil isso, as pessoas não tem noção do que é viver debaixo do mesmo teto e dividir uma vida, suas derrotas, decepções, dores, medos.
Cheguei a entender as mulheres que tem vida dupla, aquelas que são excelentes esposas e tem um caso. Muitas não fazem porque gostam disso,mas porque é difícil tomar decisões, enfrentar uma vida nova,perder se necessário, ser criticada ou julgada.
Entendo as guerreiras que enfrentam a vida sem medo, sem olhar para traz e sem temer o amanhã, apenas buscam um caminho ao sol.
A separação é cortar laços, mudar caminhos, lidar com o incerto, é sentir medo, solidão,mas acima de tudo é crescimento e coragem.
A próxima fase não sei como será, nem sei se serei mais ou menos feliz, sei que serei mais uma mulher que busca um motivo novo para sorrir...uma vida nova.
Quando o tempo passar direi que foi bom ou que me arrependi, mas que tentei, apenas fui eu mesma, verdadeira, amadurecida. Feliz??? não sei.
Mas uma nova mulher pronta para amar e ser amada.
