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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Música da Simone

  Obrigada Arnaldo, disse que me lembraria de você...fiz mais... deixei aqui seu presente. 






  Quem será?




Quem será que me chega 
Na toca da noite 
Vem nos braços de um sonho 
Que eu não desvendei
Eu conheço o teu beijo, 
Mas não vejo o teu rosto. 
Quem será que eu amo 
E ainda não encontrei 
Que sorriso aberto 
Ou olhar tão profundo. 
Que disfarce será que usa 
Pro resto do mundo. 
Onde será que você mora 
Em que língua me chama 
Em que cena da vida 
Haverá de comigo cruzar 
Que saudade é essa 
Do amor que eu não tive 
Por que é que te sinto se nunca te vi 
Será que são lembranças 
De um tempo esquecido 
Ou serão previsões 
De te ver por aqui... então vem! 
Me desvenda esse amor 
Que me faz renascer. 
Faz do sonho algo lindo 
Que me faça viver. 
Diz se fiz com os céus algum trato 
Esclarece esse fato 
E me faz compreender. 
Esse beijo, esse abraço na imaginação 
E descobre o que guardo pra ti 
No meu coração 
Mas deixa eu sonhar, deixa eu te ver. 
Vem e me diz: quem é você

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MATÉRIA MARAVILHOSA DE UMA FACULDADE OBSERVANDO O POEMA DE FERNANDO PESSOA

DÁ A SURPRESA DE SER 

Dá a Surpresa de Ser
Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela tivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem Ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como ?

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"










análise do poema "dá a surpresa de ser"
"Dá a surpresa de ser" é um raro momento de poesia erótica que podemos achar no todo da obra de Fernando Pessoa em Português.

De facto o poeta publicou em vida alguns poemas eróticos bastante ousados, mas usou a lingua Inglesa para tal. Isto de certo modo serviu para atenuar o peso de tais obras, que permaneceram muito desconhecidas, até hoje, em Portugal, embora na altura tivessem levantado grande polémica.

Pertencendo ao Cancioneiro, este poema tinha de origem o objectivo de ser cantado. Isto é de certo modo importante, porque aligeira de certo modo a temática, pelo menos na nossa opinião.

A minha primeira reacção é considerar este poema, embora ortónimo, como falso. Tanto é assim que uma simples leitura do mesmo poderá dissipar qualquer dúvida imanente. Refere-se Pessoa a uma figura feminina, que observa atentamente, mesmo que apenas em memória? Não nos parece.

Este é certamente um momento de alto fingimento. Ousamos dizer isto? Certamente que sim, mas certamente que teremos de nos justificar.

Primeiro que tudo: é este um poema erótico?

Não.

É um poema infantil. Veremos bem isso se o lermos. Pessoa tem como temática a mulher - isso é certo - e escreve sobre o seu objecto poético, a mulher. Mas fá-lo em termos marcadamente infantis. Logo no título não há nome, mas um espanto, um deslumbramento que ameaça susto da parte do poeta. De seguida, o corpo da mulher é equiparado a várias coisas - metonímias fugidias, para um fruto, para montes, para um barco.

Logo na primeira estrofe, Pessoa comporta-se de maneira estranha. Não vemos reverência ao corpo feminino, nem o gosto particular de quem elogia. Mas antes se observa o medo de criança ao aproximar-se de um objecto adulto com o qual não tem a certeza como lidar. O "corpo meio maduro", certamente não se refere à meia idade, mas antes ao corpo de fruto, de que mais tarde Pessoa sonha tirar um "gomo".

Na estrofe seguinte, Pessoa imagina a mulher deitada e os seus seios como "montinhos que amanhecem / sem que tenha de haver madrugada". É evidente a maneira infantil como Pessoa encara o corpo voluptuoso da mulher. Encara-o, é certo, sem a volúpia que ele mesmo encerra, mas de um modo distante e comparativo. Não há desejo nem um qualquer acender de desejo sexual, mas antes um estranho e indisfarçável mal estar.

A terceira estrofe marca ainda mais esta impressão. Dá a nitida impressão de um Pessoa que vê à distância o objecto do seu poema, que o observa sabendo bem que nunca o poderá ter. Ou pelo menos ele sabe nesse momento que não é o ideal contraponto aquele corpo insinuante. Ele em si mesmo não parece achar coragem para assumir o seu desejo sexual. É como um repórter do erotismo alheio e estrangeiro.

Tudo se confirma na estrofe conclusiva. O corpo de mulher parece-lhe como um barco ou como um gomo, e ele pergunta-se a ele mesmo quando embarcará e quando vai comer. Ou seja, quando conseguirá estar com uma mulher carnalmente, fazendo seu o objecto do seu poema, tendo afinal coragem para assumir o seu próprio desejo sexual.

É este um poema erótico? Certamente que não. Tanto que será impossível a um poeta um poema erótico, sem conhecer o erotismo. A menos que faça da sua poesia um fingimento completo, um fingimento triste - como este de Pessoa. Então, e só então, este poema poderá ser um poema erótico, mas nunca deixando de ser um poema falso, fingido.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Depoimento de mulher - Uma carta para você





   Tenho recebido em meu espaço que divido com amigas cartas e experiências de mulheres que falam de amor, sem esquecer que falam de vida ou melhor de suas vidas e de fases transitórias. 
   Esta carta é de uma mulher sensível,apaixonada pela vida e que conheceu um amor mais velho, nada de parentesco, ela se refere a ele carinhosamente como TIO por ser ele centrado, sério e muito conselheiro aponto de trata-la como uma menina.


      OI , COMO VAI?


       Estava mexendo em minha biblioteca windows média Player e lembrei que baixei umas músicas do Enya para lembrar de você... melhor...assim como o lobo mal falava tudo era para algo melhor e logo pensei como seria bom fazer melhor ainda com vc ao som do Enya...gritar de prazer ao som de only time...nossa sentindo vc e sua respiração...seus olhos lindos que ficavam me olhando deitada enquanto eu contava alguma coisa e a sensação incrível de naquele momento só existir eu e você...o mundo parava alí e eu gostava, por mim as horas parariam e cada segundo seria 60 minutos só para sentir seu beijo um pouco mais...suas mãos quentes e seu sorriso tímido...nunca me deu tempo de dizer o quanto era importante ouvir sua voz e seus conselhos...sabe tive em você um pai presente na pura ausência do meu...um tio conselheiro na ausência dos meus...um homem maravilhoso que nunca aceitou meu amor por medo de que eu quisesse mais que uma simples palavra...um namorado da minha adolescência no corpo de um homem maduro...um amigo que me aceitava como uma mulher e que me fazia rir e as vezes chorar com seu coração de pedra ou de gelo...um amor que nunca pude sentir que existiu por um segundo do outro lado, mas que eu entenderia seus porquês. Hoje mais madura e vivendo a exposição de uma mulher em separação...tenho a oportunidade de desfazer um casamento e viver com uma pessoa com quem vive algo depois de você e vejo que não quero isso...respeito as pessoas...podia ter confiado em mim , pois meu amor é tão bonito que não causa mal a ninguém...apenas acho que somos espíritos que nos desencontramos nesse vida e que cada um fez sua história ao lado de outras pessoas e trouxeram a reencarnação outros espíritos(nossos filhos) e somos pais e até então muitas coisas aconteceram e cada linha de nossas histórias foram se cumprindo.
   Sou grata por ter vivido uma história dentro da minha...uma história de um homem sério, mais velho, educado, trabalhador, inteligente, sigiloso,mas que veio até a mim e mesmo estando longe ainda faz parte de minha história.
   Se um dia eu errar de novo, saiba que não foi por ter esquecido você...mas porque eu vivo e em minhas linhas da vida coisas novas acontecem e eu sou uma mulher...menina...moleca e como vc sempre diz merece palmadas.
   Se um dia eu não mais tiver vida nesse mundo quero que saiba que um nato do nordeste, residente no estado do Rio, passou na minha vida e me fez feliz nas pequenas aventuras de viajar para me conhecer e dormir comigo uns minutos e fazer amor...depois nos dois viajamos ao encontro um do outro e fomos dois...fomos um...e pode ser que o tempo não nos deixe fazer isso novamente porque temos outras coisas em jogo...mas poderá um dia bem velhinho contar a seus netos que vc encontrou uma pessoa e foi algo especial mesmo vc nunca tendo dito isso a ela, mas ela sabia.
   Lembra quando eu dizia o quanto vc era lindo???
   Lembra quando vc disse que eu havia te mandado embora algumas vezes de minha vida???
   E quando vc viajou e tc de madrugada???

    Quando ler essa carta...releia ouvindo Enya que me ensinou a gostar...e não pergunte o por que dela...apenas entenda que fizemos coisas lindas um pelo outro e que as vezes nem percebemos. Obrigada por tudo e nunca duvide de quem você foi ou é para mim.
    Não se preocupe nada fiz de diferente em minha vida...mas tenho medo daquilo que vem a minha porta da vida, mesmo as coisas mais lindas da vida...são mudanças e adaptações...vou te mostrar algo no e-mail seguido...

   Bjuxxxx nesse coração que ninguém nunca entrou...mas será? tenho minhas dúvidas.